Sobre o Câncer

O câncer é definido como um tumor maligno que se caracteriza pelo crescimento descontrolado de células anormais e defeituosas que tem risco de se espalhar pelo corpo

Nosso corpo é formado por tecidos, que por sua vez são formados por células.

Nossas células nascem e morrem ordenadamente, quando ocorre uma falha nesse processo e as células se multiplicam desordenadamente, ocorre o que chamamos de câncer, neoplasia ou tumor maligno.

As células neoplásicas podem entrar em circulação e /ou invadir outros órgãos e tecidos, mesmo que eles estejam distantes do tumor inicial. Quando isso ocorre chamamos de metástase.

A grande diferença entre tumores malignos e tumores benignos é que tumores benignos não formam metástases.

Após uma longa discussão entre você e seu médico, depois de avaliados todos os exames de imagem e laboratoriais, nasce o seu tratamento. É um momento importante onde as suas vontades e escolhas também serão levadas em consideração!

A modalidade do tratamento de câncer vai depender de uma série de fatores, como o tipo, extensão, idade e condições clínicas. Mas basicamente as opções são:

O tratamento será administrado por profissionais capacitados da equipe de enfermagem que te acolherá e dará a oportunidade de retirar todas as suas dúvidas. Seu tratamento poderá ser feito das seguintes maneiras:

• Em casa – em alguns casos selecionados, poderá ser feito administração de medicamentos orais, e você levará o seu medicamento para casa. Siga sempre as orientações do farmacêutico.

• Ambulatorial – o paciente vem de sua residência para receber o tratamento no horário programado.

• Internado – o paciente é hospitalizado durante todo o período do tratamento, isso ocorre em tratamentos contínuos ou protocolos que necessitem de monitoramento.

Você sabia que a cirurgia é a técnica mais utilizada e conhecida no tratamento do câncer? A cirurgia oncológica é um tipo de tratamento do câncer que consiste na retirada do tumor através de operações no corpo do paciente. Quando indicada, sua intenção é remover totalmente o tumor.

O câncer em sua fase inicial pode ser controlado, ou mesmo curado através do tratamento cirúrgico, atualmente considerado um dos pés do tripé para o tratamento da doença, ao lado da quimioterapia e da radioterapia. Vale ressaltar que a abordagem múltipla do tratamento, associando diversas modalidades terapêuticas, costuma gerar melhores resultados em termos de cura, sobrevida e qualidade de vida.

A cirurgia oncológica também é uma forma de avaliar a extensão da doença. Ou seja, em alguns casos, o estadiamento do câncer só é possível de ser certificado durante o ato cirúrgico.

É uma modalidade de tratamento em que se utilizam um ou mais medicamentos para combater o câncer. Os medicamentos podem ser administrados de várias formas, como comprimidos, injeções ou juntamente ao soro, o que definirá será o seu tipo de tumor e o protocolo clínico que o médico definirá para cada caso avaliando cada paciente de forma única.

A quimioterapia pode ser associada a outros tipos de tratamento como radioterapia ou cirurgia. Pois, enquanto esses tratamentos atuam localmente a quimioterapia atua sistematicamente, ou seja, depois de absorvida pelo organismo a quimioterapia é distribuída através da circulação sanguínea para todo o corpo. Dessa forma, a quimioterapia pode alcançar e destruir células neoplásicas que tenham caído na circulação ou que tenha migrado para outros órgão ou tecidos (as metástases).

Por outro lado, a quimioterapia não diferencia as células boas das células ruins e isso pode causar os efeitos adversos que veremos mais à frente.

Recomendações Prévias a Quimioterapia:

• Procure realizar seus exames previamente.

• Procure chegar 15 minutos de antecedência, em caso de atraso ou falta nos avise.

• Não venha em jejum. Faça uma refeição leve, pois você ficará sentado durante o tratamento.

• Venha com uma roupa confortável.

• Durante a infusão, evite movimentar o braço puncionado. Isso pode causar um extravasamento.

• Em caso de dor, ardência, queimação ou “agulhada”, inchaço (edema) ou vermelhidão (eritema) no local da punção, chame imediatamente a enfermeira.

• Ao usar o banheiro dê duas a três descargas seguidas, e faça isso nas próximas 48h. Alguns quimioterápicos são eliminados através da urina.

• Nunca tome qualquer medicamento, ou tratamento complementar sem o conhecimento do seu médico.

O farmacêutico é responsável pela manipulação do medicamento e o enfermeiro será responsável pela administração, garantindo a segurança e efetividade do tratamento. Qualquer dúvida sobre os seus medicamentos procure o farmacêutico.

A única dor que você deverá sentir é a da agulha na pele, na hora de puncionar a veia para fazer a quimioterapia. Alguns quimioterápicos poderão causar uma sensação de desconforto, ardência, queimação, placas avermelhadas na pele ou coceira, caso isso ocorra avise imediatamente ao enfermeiro que estiver lhe atendendo.

Principalmente através da urina, mas também pode ser encontrado nas fezes, vômito, suor, lágrima e sêmen.

Durante um período de cinco dias após o tratamento, alguns cuidados simples devem ser tomados: após urinar, adicione detergente líquido (lava louças) dentro do vaso sanitário, abaixe a tampa, aguarde cerca de três minutos e então dê duas vezes a descarga. O mesmo cuidado pode ser tomado para vômitos e/ou fezes. Em caso de crianças as fraldas devem ser trocadas com luvas. Não é necessário separar talheres e louça em casa dos demais familiares. 

Sim! E para isso seguem algumas dicas:

• Durante o tratamento, dê preferência a alimentos cozidos.

• Lave bem as frutas e verduras, use uma colher de sopa de água sanitária para cada um litro de água filtrada e deixe de molho por 40 min. Depois retire dessa solução e lave abundantemente com água corrente.

• Evite comer em locais de higiene duvidosa.

• Não comer carnes e peixes crus durante todo o período do tratamento (kibe cru, carne de onça, sushi)

Depende muito do seu tratamento e do seu estado físico, converse com o seu médico.

Mas daremos algumas sugestões:

• Evite locais fechados e com aglomerações de pessoas durante a quimioterapia (cinema, shopping, shows).

• Evite contato direto com pessoas gripadas, resfriadas ou com qualquer doença infecciosa.

• Evite piscinas, mar ou rios durante o tratamento. Esses ambientes podem prejudicar a sua defesa imunológica

• Sempre que sair de casa use protetor solar FPS 30 e dê preferência para sair antes das 9h e depois das 17h. Se proteja do sol.

• Não é necessário o uso de máscaras de proteção individual para a maioria dos protocolos de quimioterapia. Estas são indicadas principalmente pós trasplante de medula óssea. Na dúvida, converse com seu médico.

 Nem todos os protocolos de quimioterapia deixam os pacientes carecas. Alguns tem maior ou menor risco de causarem queda de cabelo. Confira seu risco com seu médico; 

Alguns protocolos não derrubam todo o cabelo. Não é proibitivo pintar o cabelo, mas certamente a tintura vai aumentar o risco de queda de cabelos e alopecia (aumenta o risco de ficar careca). Por este motivo, não recomendamos o uso de tintura durante o tratamento de quimioterapia.

Não há problema nenhum em pintar as unhas. Porém, a maioria dos protocolos de quimioterapia fazem a sua imunidade cair. Portanto todos os procedimentos com cortes ou furos devem ser evitados (não tirar cutícula, não fazer pigmentação de sobrancelhas, tatuagens) durante o tratamento. Sempre antes de qualquer procedimento que você queira fazer, converse com seu médico antes. 

É um cateter maior e mais longo que é colocado em uma grande veia no tórax ou na parte superior do braço, permanecendo no local durante todo o tempo do tratamento. Alguns tipos de cateteres podem permanecer no local durante semanas, meses ou até anos. Veja algumas opções:

1. O cateter venoso central de inserção periférica (PICC) é um cateter especial para infusão intravenosa, colocado por uma enfermeira habilitada em uma das veias perto da dobra do cotovelo ou na parte superior do braço. O PICC pode permanecer no local por muitas semanas ou meses. Entretanto, o PICC e o curativo não podem ser molhados, é preciso ser coberto ao tomar banho e manter cuidados regulares.

2. O cateter venoso central totalmente implantado (CTI). Consiste de um pequeno reservatório de plástico ou metal com um cateter inserido numa grande veia, que são colocados sob a pele do tórax ou braço durante um procedimento cirúrgico. O CTI pode permanecer no local por muitos anos. Não requer nenhum cuidado especial quando não há agulha. Quando a área ao redor estiver cicatrizada, o paciente pode tomar banho normalmente e até mesmo nadar. Quando não estiver em uso para quimioterapia, precisará realizar a manutenção mensalmente (heparinizar).

Antes de decidir pela colocação de um cateter, converse com seu médico sobre o tipo que ele recomenda para o seu caso.

A radioterapia é um tratamento realizado através de radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. Existem vários tipos de radiação, no entanto, as mais utilizadas são feixes de raios e elétrons de alta energia em acelerador linear.

Muitas pessoas e pacientes têm dúvidas sobre os possíveis efeitos da radiação sobre as células normais. De fato, as células normais são preservadas ao máximo. É importante salientar que a radioterapia é sempre cuidadosamente planejada de modo a preservar o tecido sadio. 

A pele pode sofrer queimaduras semelhantes a queimaduras de sol.

Pode haver queimadura de tecidos internos conforme o local que está recebendo o tratamento (boca, esôfago, bexiga, intestino, vagina)

A longo prazo existe um risco baixo de outro câncer induzido por radioterapia.

Sempre haverá um médico especialista da radioterapia acompanhando seu tratamento. Tire sempre suas dúvidas com seu médico. 

A radioterapia pode ser utilizada para tratar muitos tipos de tumores malignos e benignos, isoladamente ou em combinação com outros tratamentos (como cirurgia, quimioterapia e hormonioterapia), ajudando a reduzir o tamanho do tumor e tratando as células cancerígenas remanescentes após procedimentos cirúrgicos.

É importante ressaltar que o tratamento radioterápico tem dois objetivos principais:

• Curativo – é quando existe a possibilidade de cura da doença. Neste caso, a radioterapia tem importante papel tanto isoladamente quanto associada a outros tratamentos. Isoladamente, é indicada para tumores sensíveis ao tratamento e, portanto, para aqueles com alta probabilidade de cura, ou para pacientes portadores de tumores sem indicação cirúrgica.

• Paliativo – é quando não existe probabilidade de cura da doença, mas ainda é possível proporcionar qualidade de vida para os pacientes. Nessas situações, a radioterapia pode ser utilizada com objetivo de diminuir a dor, o volume tumoral, induzir a cicatrização, conter hemorragias, entre outros.

QUAIS OS BENEFÍCIOS?

Os benefícios são muitos! Além de ser eficiente no tratamento do câncer, a radioterapia tem mínima interferência na vida dos pacientes. As sessões são geralmente realizadas em regime ambulatorial e levam (normalmente) menos de 10 minutos diários.

RADIOTERAPIA EXTERNA

A radioterapia externa consiste na irradiação de um determinado volume-alvo com um feixe de radiação externa, geralmente de raios X ou elétrons de alta energia produzidos por um acelerador linear. Este tratamento consiste em irradiar o volume alvo com doses fracionadas. É normalmente administrada com aplicação diária de seguda a sexta-feira, durante a semana, com descanso nos finais de semana. O tratamento pode ser hipofracionado (entre 1 e 10 aplicações) ou convencional, durando entre 20 e 40 sessões, dependendo da indicação.

PLANEJAMENTO DE RADIOTERAPIA EXTERNA

Antes de iniciar o tratamento propriamente dito, é realizada uma tomografia, na qual o paciente é  colocado na posição que serão efetuadas as aplicações. Quando necessário, é confeccionado um molde ou máscara para melhor fixá-lo na hora do tratamento, assegurando uma boa reprodutibilidade diária. Essa tomografia não tem finalidade de realizar um diagnóstico, e sim, marcar os locais onde será feito o tratamento.

PRIMEIRA SESSÃO DE RADIOTERAPIA

A primeira sessão do tratamento poderá demorar um pouco mais, pois será acompanhada pelo radioterapeuta e pelo físico-médico, que orientarão o técnico quanto ao seu posicionamento e o uso de acessórios especiais, de modo a garantir que tudo seja realizado conforme o planejado.

Recomendações prévias a Radioterapia:

• Beba, no mínimo, de dois a três litros de líquido por dia (água, sucos, água de coco, chás e outros), para que sua pele se mantenha hidratada. Caso tenha alguma restrição para beber líquidos, seguir a recomendação médica.

• Após a aplicação da radiação, aplique uma camada fina de creme hidratante indicado pelo enfermeiro, massageando o local com leveza até perceber que a pele está quase seca.

• Lembre-se de que, antes de iniciar cada aplicação do tratamento da radioterapia, sua pele deve estar limpa, sem resíduos de quaisquer cremes ou pomadas!

• Evite banhos quentes; procure tomar banho com água morna e sabonete não perfumado, de preferência neutro.

• Seque a pele com leves toques com a toalha, evite coçar a área que está recebendo a radiação.

• Não use a força do jato d’água do chuveiro ou ducha diretamente na pele irradiada.

• Não exponha a área tratada ao sol e a banhos de mar ou piscina.

• Ao fazer curativo na pele, evite o uso de esparadrapos ou adesivos na região irradiada. Utilize de preferência ataduras para fixação. Em caso de aparecimento de feridas na área tratada, siga a orientação do enfermeiro ou do seu médico.

• Lembre-se sempre: o fumo faz mal à saúde e traz mais complicações durante o tratamento.

Com as tecnologias atuais de tratamento, a maioria dos pacientes que realizam radioterapia terão apenas alguns poucos efeitos colaterais e para maioria, eles serão de leve intensidade. Sem contar que quando ocorrem grande parte desses efeitos dura apenas alguns dias.

A radioterapia afeta os pacientes de formas diferentes, e é difícil saber exatamente como cada um reagirá ao tratamento. Para alguns, os efeitos colaterais serão leves para outros não ocorrem.

A pele pode sofrer queimaduras semelhantes a queimaduras de sol.

Pode haver queimadura de tecidos internos conforme o local que está recebendo o tratamento (boca, esôfago, bexiga, intestino, vagina)

É importante alertar todos os pacientes, que se tiverem qualquer queixa devem de imediato consultar um médico, temos médicos presentes durante todo o horário de tratamento.

Após o término da radioterapia, o radioterapeuta solicitará o primeiro retorno em curto prazo (entre 1 e 4 semanas) para ajudá-lo a lidar com algumas eventuais queixas. Será entregue, em mãos, um relatório detalhado sobre o tratamento realizado, que também será encaminhado ao seu médico de origem.

A partir de então, serão agendados retornos periódicos com seu radioterapeuta e oncologista para realização de exames e acompanhamento conjunto. Se necessário, será solicitado exames periódicos para monitorar os resultados do tratamento.

VOU VOMITAR?

Pode ser, mas muito menos frequente do que se imagina.

Houveram uma série de avanços nas medicações contra as náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia. Serão orientados medicamentos para você usar em casa, e você também receberá na veia, antes da quimioterapia, medicações para prevenir que você sinta náuseas. 

Com estas medicas, tentamos minimizar ao máximo o risco de você nausear, mas sempre o risco existe e o cuidado deve ser contínuo. 

Alguns protocolos causam mais náusea que outros.

Na dúvida, converse com seu médico.

Dicas para evitar náuseas e vômitos:

Nem todos os pacientes sentem esses sintomas e a intensidade pode variar de um paciente para outro. Portanto, segue algumas sugestões:

• Faça uso correto das medicações contra náuseas e vômitos prescritas por seu médico e não somente quando apresentar os sintomas;

• Evite permanecer em locais com cheiro forte de comida, produtos de limpeza e perfumes;

• Prefira alimentos frios e pouco temperados, as bebidas gasosas são bem tolerados (sorvetes, gelatina);

• Evite cafeína e bebidas alcoólicas;

• Evite frituras ou alimentos gordurosos;

• Procure não deitar logo após as refeições;

• Procure evitar longos períodos em jejum e alimente-se moderadamente a cada 3h;

• Se persistir procure a equipe médica.

Alteração no paladar e falta de apetite

Alterações do paladar provocam mudanças no gosto dos alimentos durante ou após o tratamento do câncer. Alguns alimentos podem apresentar um sabor diferente, não ter muito gosto ou simplesmente todos podem ter o mesmo gosto. Essa alteração pode levar à aversão alimentar, perda de apetite e perda de peso.

• Evite alimentos muito quentes ou muito gelados.

• Caso o talher de metal esteja interferindo no sabor dos alimentos tente substituir por talher de plástico.

• Enxágue a boca antes das refeições.

• Utilize mais temperos naturais nos alimentos como manjericão, orégano, alecrim.

• Experimente bala azeda;

• Experimente alguns ingredientes como suco de laranja ou limão, vinagre.

• Se estiver com dificuldades com alimentos sólidos, substitua por alimentos mais líquidos ou pastosos; por exemplo; vitamina batida com leite, suco, mingau e sopa.

• Suplementos nutricionais são boas alternativas na falta de apetite, converse com o seu nutricionista

• Você pode aumentar o valor nutricional das refeições acrescentando creme de leite ou mel nas frutas ou acrescentar leite em pó no café com leite, passar margarina ou requeijão no pão ou bolacha; acrescentar azeite de oliva nas preparações salgadas.

Prisão de ventre (constipação)

Ocorre quando há dificuldade de evacuar e/ou quando há retenção de fezes por vários dias.

Recomenda-se:

• Optar por alimentos ricos em fibras como laranja, mamão, ameixa, uva, vegetais e cereais integrais;

• Beber mais líquidos (água, sucos, refrescos, por exemplo);

• Realizar alguns exercícios físicos leves como, por exemplo, caminhar;

• Estabelecer um horário regular para evacuar..

• Pode ser necessário uso de laxantes conforme prescrição médica

Diarreia

Ocorre quando há alterações no volume, frequência e consistência das fezes. Alguns medicamentos podem causar diarreia em maior ou menor intensidade.

• Dê preferência a alimentos sem gorduras e condimentos, como arroz, batata, cenoura, banana, maçã, caju, goiaba, frango, pera, melancia, chá de ervas ou bolacha de água e sal.

• Beba pelo menos dois litros de líquido (água, sucos, chás, refrescos) por dia.

• Evite alimentos laxativos, por exemplo: verduras, cereais integrais, laranja, mamão, ameixa, abacate, leite integral.

• Faça preparações com amido de milho ou arrozina.

• Pode ser necessário uso de medicamentos para parar a diarréia conforme prescrição médica

Feridas na boca (mucosite, estomatite)

A quimioterapia pode provocar o aparecimento de feridas parecidas com aftas na boca, estômago e intestino. Para evitá-las, fique atento:

• Inspecione diariamente a boca;

• Mantenha a boca sempre limpa, principalmente após as refeições, utilizando escova de dentes com cerdas macias ou de espuma ou ainda algodão com o dedo ou espátula;

• Evite alimentos ácidos, secos, condimentados, de consistência dura e quentes;

• Dê a preferência aos alimentos gelados, líquidos e pastosos. Como flans, pudins, gelatinas, sorvetes, purês, sopas, cremes, mingau.

• Reduza o sal dos alimentos.

• Faça bochechos 3x ao dia com bicarbonato de sódio (1 colher), diluído em água. 

Boca seca (xerostomia)

Ocorre quando as glândulas salivares não produzem saliva suficiente para manter a boca úmida. Como a saliva é necessária para a mastigação, deglutição, degustação, e o ato de falar, essas atividades podem se tornar mais difíceis.

• Beber líquidos em pequenas quantidades várias vezes durante o dia.

• Acrescente molhos e caldos nas refeições.

• Experimente balas azedas ou de hortelã.

Hiperpigmentação

Alguns medicamentos utilizados no tratamento quimioterápico podem causar escurecimento da pele quando exposta aos raios solares, principalmente nas dobras das articulações, nas unhas e no trajeto das veias.

• Aplicar protetor solar fator 30 FPS nas áreas expostas ao sol;

• Evite exposição ao sol das 10 às 16 horas;

• Use chapéu ou boné para proteger a face e a cabeça;

• Mantenha a pele sempre hidratada.

Os medicamentos usados para combater as células doentes também destroem algumas das células sadias do nosso organismo. Algumas das células mais afetadas são as do sangue, como os glóbulos brancos, que defendem nosso organismo de infecções, os glóbulos vermelhos, que transportam oxigênio para todas as partes do nosso corpo, e as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue.

Quando as taxas sanguíneas diminuem, podem aparecer sintomas como cansaço, falta de ar, palidez, pintas avermelhadas na pele, manchas roxas ou vermelhas e até sangramentos.

• Manter boa higiene corporal e bucal;

• Inspecionar regularmente a pele, boca, ouvido e nariz à procura de alguma lesão e/ou manchas;

• Proteger a pele de ferimentos ao se depilar, se barbear ou cortar as unhas

• Não espremer cravos e espinhas;

• Procurar ter um bom sono e repouso;

• Manter uma dieta saudável, rica em legumes, verduras, frutas e cereais e pobre em gorduras;

• Medir a temperatura sempre que perceber qualquer alteração, em casos de febre persistente ir ao Pronto Socorro.

• Cuidados para evitar infecções: já mencionados com alimentação, evitar contato com pessoas doentes, evitar procedimentos que cortem ou furem a pele. 

Algumas medicações podem ocasionar a queda de cabelo e pelos do corpo. A queda do cabelo pode ser total ou parcial e leva geralmente de 14 a 21 dias. Alguns pacientes nessa fase preferem cortar o cabelo antes de cair. Outros já preferem esperar que ele caia para, então, tomar a decisão de cortar e/ou usar bonés, lenços e perucas.

Não se preocupe, pois este efeito é temporário e reversível e o cabelo voltará a crescer após o término da quimioterapia.

DEVE!! Um grande aliado no tratamento do câncer é a prática regular de atividades físicas, pois quimioterapia pode trazer vários efeitos colaterais: como fadiga (canseira), fraqueza muscular, falta de ar, dificuldade para realizar atividades diárias, etc. Então, o exercício físico entra como meio de minimizar estes efeitos colaterais que o tratamento quimioterápico causa.

Além de reduzir o risco de alguns tipos de cânceres (cólon, próstata, pulmão, mama, dentre outros), a atividade física melhora a qualidade de vida, aumenta a força muscular, aumenta a resistência pulmonar e do coração, diminui o risco de anemias, melhora o controle do peso, diminui o aparecimento de náuseas e vômitos, diminui o aparecimento de diarreia, aumenta a capacidade de realizar atividades diárias, dentre outros benefícios…

Segue algumas dicas para você se exercitar:

1. Pratique caminhadas regularmente, para melhora da capacidade do pulmão e coração.

No seu ritmo, pelo menos 3 vezes na semana, de no mínimo 30 minutos ou conforme sua tolerância.

2. Pela manhã realize alongamentos musculares dos braços e das pernas. O alongamento auxilia no alívio de dores causadas pelo fato de ficar muitas horas parado.

3. Sempre que lembrar, realize inspirações profundas. Longos períodos deitados podem acarretar em dificuldades para respirar.

4. Além disso, é importante auxiliar nosso sistema circulatório no retorno venoso com movimentos mexendo os pés para cima e para baixo. Este simples ato, ajuda na prevenção de tromboses, além de reduzir o inchaço causado pela falta de movimento e caminhada.

5. Pratique exercícios físicos com a roupa adequada, evite roupas desconfortáveis e pesadas. Além disso, cuidado com o horário, evitar temperaturas muito altas, horários entre 11h00 às 15h00 horas.

Para saber mais, procure auxilio e orientações com um fisioterapeuta e consulte o seu médico!

Aos alunos de qualquer nível de ensino, tem tratamento especial para portadores de doenças ou limitações físicas, que não podem comparecer às aulas. O estudante deverá compensar a ausência às aulas por meio de exercícios domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com seu estado de saúde e a possibilidade do estabelecimento de ensino. Converse com a Assistente Social, ela irá te orientar no que for necessário.

• Realizar exames e ser diagnosticado em tempo ao tratamento.

• Receber os medicamentos gratuitamente, disponíveis tanto pelo SUS quanto pelas operadoras de saúde.

• Mulheres tem direito à reconstrução da mama, assim que indicado pelo médico.

• Trabalhador que têm carteira profissional assinada a partir de 5/10/98 podem sacar o saldo do FGTS. Também podem sacar o FGTS pais cujos filhos menores de 21 anos sejam diagnosticados com câncer.

• Pacientes inscritos no INSS com incapacidade temporária para o trabalho têm direito ao auxílio-doença após 15 dias do afastamento do trabalho.

• Quando a incapacidade não é temporária, ou seja, o paciente não poderá mais voltar ao trabalho, pode solicitar aposentadoria por invalidez.

• As despesas com médicos, exames, hospitais, planos de saúde e compra de próteses e órteses podem ser deduzidas do Imposto de Renda.

• Acessar gratuitamente o transporte público, seja municipal ou intermunicipal e interestadual, chamado TFD – transporte fora de Domicilio, como também para os deslocamentos dentro da própria cidade ou região metropolitana, durante o tratamento em quimioterapia e radioterapia (URBS e Metrocard).

Isenções - é preciso considerar não apenas as regras nacionais, mas as leis dos municípios e estados em que o paciente vive. Cada direito deve ser solicitado em seu respectivo órgão.

• IPTU – cada município tem uma definição em sua legislação que pode conceder isenção aos pacientes em alguns casos. Precisa verificar na prefeitura da cidade.

• ICMS – cada estado tem uma legislação.

• IOF – imposto cobrado em financiamentos e empréstimos. Pacientes com invalidez por causa do câncer estão isentos desse imposto para compra de carro especial ou adaptado.

• IPI – pacientes com invalidez decorrente da doença têm isenção do IPI para comprar automóvel.

• IPVA – a lei varia de estado para estado.

• IR – aposentados e pensionistas têm direito à isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos de aposentadoria, reforma e pensão com câncer.

Converse com a Assistente Social, ela irá te orientar no que for necessário.

As relações sexuais não estão proibidas durante o tratamento (a não ser que esta seja uma prescrição médica). Mas alguns cuidados são importantes:

• Durante o tratamento com quimioterapia ou radioterapia, deve-se evitar a gravidez, pois o feto pode ser agredido. Converse com seu médico para saber qual o melhor método contraceptivo.

• Homens em tratamento também devem evitar ter filhos, portanto o uso de camisinha é essencial.

• E por falar em camisinha, seu uso também será fundamental enquanto o paciente estiver com a imunidade baixa. É possível que algumas infecções sejam transmitidas na hora do sexo, e a pessoa em tratamento não pode se arriscar!

• Mulheres em tratamento podem apresentar secura vaginal, provocando dores durante as relações sexuais. Para aliviar a falta de lubrificação, existem diversos hidratantes vaginais e lubrificantes naturais. Converse com o médico e veja qual o melhor para você. Testar diferentes posições também pode tornar o momento mais íntimo e agradável.

• Como muito se fala por aí, as preliminares muitas vezes são consideradas até melhores que o ato sexual em si. Então abuse dos carinhos, faça uma boa massagem. Curta e se entregue neste momento a dois.

• Não se preocupe tanto com o orgasmo. Essa pressão atrapalha o desempenho e o prazer.

Os medicamentos utilizados no tratamento podem reduzir ou aumentar temporariamente a produção de hormônios, provocando, em algumas mulheres, alteração do ciclo menstrual ou mesmo interrupção completa da menstruação. Após o término do tratamento, o ciclo menstrual pode voltar ao seu funcionamento normal, principalmente nas pacientes mais jovens, ou pode induzir a menopausa precoce em alguns casos. 

Nem todo tratamento oncológico provoca infertilidade, portanto durante o seu tratamento é importante o uso de camisinha nas relações sexuais. Caso exista desejo de manter a fertilidade esse assunto deverá ser comentado com o seu médico que respeitará e acolherá seu desejo na hora de planejar o seu tratamento.

Durante o tratamento oncológico toda campanha ou vacinação eletiva deve ser antes autorizada pelo médico que lhe acompanha. Entenda um pouco melhor:

 Tipos de vacina

Existem dois tipos de vacina: a de microrganismos (bactérias ou vírus) atenuados (vivos) e a de microrganismos mortos.

Vacinas recomendadas

Para os pacientes que estão em tratamento quimioterápico algumas vacinas são fortemente recomendadas. São as vacinas:

•    Influenza (gripe)

•    Dupla do tipo adulto (difteria e tétano)

•    Hepatite A e combinações

•    Hepatite B e combinações

•    Meningocócicas

•    Pneumocócica

•    HPV

Vacinas não recomendadas durante o tratamento

As vacinas com microrganismos vivos merecem atenção. Seu médico deverá lhe orientar sobre o momento certo para se vacinar, normalmente antes de iniciar a quimioterapia ou de três a seis meses após o término do tratamento. São as vacinas:

•    BCG

•    Febre amarela

•    Herpes zoster

•    Poliomielite oral

•    Rotavírus

•    Varicela

•    Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)

•    Febre amarela

• Febre igual ou superior a 37,8ºC;

• Sangramentos;

• Palidez e cansaço aos pequenos esforços;

• Dor persistente;

• Vômito ou diarreia persistente;

• Crise convulsiva;

• Ou aparecimento de nódulos pelo corpo;

ATENDIMENTO COM O ENFERMEIRO

O enfermeiro te acolherá em todas as etapas do seu tratamento e será o profissional que você mais terá contato, além do seu médico.

ATENDIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL

A assistente social realiza o acolhimento, atendimento humanizado e acompanhamento social dos pacientes oncológico e seus familiares, e, assim, identificam-se problemas que possam vir a comprometer o tratamento da doença, bem como afetar a vida do paciente e de seus familiares. Orienta sobre a garantia de direitos, sendo mediador na intervenção interprofissional e na articulação interinstitucional, elucidando quanto as leis que os asseguram no acesso aos seus benefícios.

ATENDIMENTO COM O PSICOLÓGICO

O câncer é uma doença física que repercute também no estado psicológico do paciente e seus familiares. Diante do diagnóstico é comum observarmos alterações comportamentais e psíquicas importantes, como negação, medo, ansiedade, depressão, raiva, mudanças repentinas de humor, entre outros sentimentos específicos para cada pessoa. A psicologia por sua vez, vem para auxiliar na identificação dessas emoções, elaboração da situação e contribuir para a construção de mecanismos de enfrentamento.

ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO

O tratamento Fonoaudiológico acontece na Avaliação e Reabilitação das funções de Fala, Voz, Audição e Deglutição, além de investir na melhora dos movimentos face.

ATENDIMENTO COM A FISIOTERAPIA

A Fisioterapia está indicada em todas as fases do processo de tratamento oncológico, uma vez que visa prevenir ou tratar as complicações que poderão surgir ao decorrer do tratamento, a fisioterapia também auxilia no tratamento da dor e nas disfunções motoras que surgem nos pós-operatórios das cirurgias oncológicas. Mesmo após o término do tratamento, a fisioterapia atua na recuperação da funcionalidade, devolvendo ao paciente a independência nas atividades de vida diária, melhorando assim a qualidade de vida de forma individual e humanizada.

ATENDIMENTO COM O FARMACÊUTICO

O farmacêutico será responsável por te orientar em qualquer dúvida relacionada a possíveis eventos adversos de maneira clara e apropriada. Se o seu quimioterápico é de uso oral o farmacêutico te orientará sobre a forma correta de utilizá-los e sobre os principais pontos a serem observados durante o seu tratamento. Se o seu quimioterápico for de uso endovenoso (veia) o farmacêutico preparará com todo carinho e atenção para que você possa recebê-lo na dose correta e via correta com segurança.